quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Canção de um Sting

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"Num desses dias (acho que começo de julho), estava vendo os Fanarts de algumas pessoas no site de iRO,
e me deparei com uma dessas ilustrações...
Não sabia o motivo, mas esse trabalho me prendeu bastante.
Meio que numa pequena e bizarra viagem,
resolvi escrever um mini-fic diferente, vistos dos olhos de uma criatura que quase ninguém gosta,
com participação quase zero de players / humanos / etc.
Espero que gostem ^_^
e desculpem-me pelo português um tanto noob... =/"


Num dos calabouços mais fundos de Glast Heim, um monte de lama junta-se e começa-se a tremer, movendo-se estranhamente e, do topo, modelava-se lentamente, até surgir a forma de uma mão humanóide, com 5 dedos. Mais um ser igual ao nosso, mas infelizmente não um amigo ou companheiro.
Como já devem ter percebido, sou um Sting. Um monstro, como vocês nos chamariam. Nem preciso negar isso, pois sou mesmo. Aliás, eu duvido até mesmo se me chamaria de um “ser”.
Como assim, não sou um ser? Bem... é o seguinte...
Stings não se comunicam entre si. Pickys piam uns aos outros, Lobos uivam, Peco Pecos fazem o som “ecoar” pelo bico, Chonchons fazem manobras no ar para transmitir por símbolos, humanos falam e fazem gestos entre si... mas... e Stings...?
Diferente do que a maioria de vocês pensam, não possuímos nenhum tipo de dialeto. Isso simplesmente porque não há necessidade disso. Não precisamos de alimento para sobreviver. Não precisamos ser ensinados ou domesticados antes para conseguir fazer alguma coisa sozinho. Não nos interessamos pelos ferimentos ou mortes de outros. Não possuímos e nem conhecemos a ganância. Enfim. Não temos nenhum tipo de sentimento ou razão forte o suficiente para entrelaçar-nos uns aos outros.
Outra coisa: também não nos reproduzimos. Toda vez que, num certo canto do nosso ambiente, for acumular terra e lama suficiente, uma espécie de magia antiga, abandonada na era dos elfos, fará um efeito de reação em cadeia, e nasce um novo Sting.
Porém, também nascemos para ser mortos mais cedo ou mais tarde. Pelo menos é o que eu penso. Nascemos, andamos sem direção e sem sentido algum, sem objetivo, apenas para, algum dia, um aventureiro aparecer e, sem motivo algum, tirar a nossa vida. Depois, em algum canto deste lugar, nascerá outro Sting, e ocupará o mesmo papel que eu exercia. Triste? Não sei. Porque não sei ao certo o que é felicidade ou tristeza. Não tenho nada para servir de comparação e defini-los direito. Tudo que eu faço é observar, pensar, raciocinar, mas não sentir.
*****
Num desses dias monótonos, pela primeira vez nesses poucos meses de vida, tive uma impressão estranha de mim mesmo. Sem motivo algum, saí da área “infestada” por iguais, e descobri um lugar totalmente diferente.
Não sabia dizer qual era a diferença. Eram as mesmas paredes, o mesmo telhado, teias de aranha, buracos no chão, luzes fracas de velas... Subi uma escada e, meio que “retardadamente”, avistei algo. Difícil descrever esse objeto. Era uma espécie de caixa, grande, dividida em partes desproporcionais, com uma abertura grande para cima em uma das faces que “faltava uma parte”, mas não parecia dar impressão de vazio. Era feita de madeira, e pintada de preto, e de branco e preto nessa face que “faltava um pedaço”, com partes pequenas separadas e voltadas para cima. Sim. Era um piano. Embora não saiba como e onde aprendi essa palavra.
Sem saber o por quê, aproximei-me dele, e apertei numa das teclas. Estava um pouco desafinado, a madeira nos pés dele pareciam quebrar e fazer desabar a qualquer instante, mas não parei. Fui apertando em diferentes teclas, com forças exercidas e silêncio entre os sons de todas as formas diferentes, experimentando cada combinação que pensar naquele momento. Saía uma série de sons que, embora nem compõem uma melodia direito, parecia expressar algo. Era estranho, mas não conseguia parar.
Perdi o sentido do tempo por completo. Não sabia por quanto tempo continuei lá. Será um minuto? Uma hora? Uma semana? Não sei. Só sabia que não conseguia parar. Pensava numa combinação diferente e, quase que instantaneamente, ouvia como essa experimentação saía.
Do nada, sem aviso prévio, parei. Não que a criatividade tinha esgotado, e sim porque avistei algo a alguns metros dali. Era outro Sting. Nada de errado, fora o local e... parecia ver na minha direção...?! De novo, observando-o direito...... Ele certamente estava olhando para mim... e não parecia querer ir embora.
Não sabia o que ele estava pensando, e nem o que deveria fazer. Após alguns segundos, apertei uma tecla fortemente, fazendo o som ecoar pela sala. Depois do eco sumir por completo, lentamente, virei-me para aquele Sting. Mais alguns segundos de silêncio. E, com um leve ar de dúvida, ele aproximou-se. Veio à minha esquerda e apertou outra tecla. E ficou quieto de novo. Era estranho pensar assim, mas... ele estaria esperando minha... resposta...?
Fiz combinação de alguns sons, e parei. Ele respondeu com outra combinação de sons. E ficamos repetindo com muitas outras. Mas sempre alternando entre si. Pouco a pouco, começamos a tocar ao mesmo tempo. Criávamos e experimentávamos tudo que era possível. Os sons começaram a compôr belos ritmos e melodias. Diferentes canções enchiam o ambiente. Pela primeira vez na minha vida, e provavelmente pela primeira vez também na história, houve a chamada comunicação entre Stings. Era uma sensação totalmente nova, desconhecida. Estaria feliz? Não sei.
Esse concerto continuou por muito tempo, mas nenhum de nós parecia querer parar. A música parecia conseguir, inclusive, colorir o ambiente de uma forma distinta.
*****
Vuuuush!
...?
Toc!
Uma flecha de fogo acertava um canto do piano.
...!!!
Mais e mais flechas. Parecia chover flecha. Todas elas tinham suas pontas incendiadas. Tudo começou a pegar fogo - o piano, o chão, a parede , inclusive meu companheiro ao lado.
A música parou.
Desesperado, olhei para trás. Um humano, um pouco mal vestido, com um grande arco na mão e flecha na outra, apontava para mim. Depois disso, tudo tornou-se vermelho. Só via vermelho na frente. Cor forte e brilhante, que parecia demonstrar a agonia que sentia. Um pouquinho mais tarde, o vermelho sumiu. E o que o substituiu foi a escuridão. Uma escuridão permanente, sem limites, sem fim.
*****
Nos mais profundos calabouços de Glast Heim, nasce um Sting. Mais um ser animado e inanimado, acompanhado e solitário; dado o dom de raciocinar, mas incapaz de expressar-se. Um ser à procura da descoberta do sentimento.
*****
Fim
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