quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Entrevistas

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Miniconto: Perguntinhas

Pequena, mas quentíssima tarde de verão em Alberta. Mesmo assim, a cidade do comércio não parecia nem um pouco menos movimentada. Ao invés de sair e correr o risco de sofrer insolação em poucos minutos, preferi sentar no confortável sofá e ler um livrinho.


Mal comecei a ler uma só página, ouvi a porta abrir-se. Pelo som com um incrível caráter saltitante, nem precisava virar a cabeça para saber quem acabou de chegar. Minha singela irmãzinha perambulava por aí, virando a cabeça para todo lado e assobiando uma melodia meio familiar. A miúda garotinha deu algumas voltas pela sala, fez uma breve Dança do Ventre, olhou janela afora, e finalmente sentou-se no sofá na minha frente, chutando suas perninhas no ar.

Olhei para a odalisca de tamanho mini com extrema precaução, e vendo que seus olhos estavam virando e revirando por todo canto, como se estivesse perseguindo um Creamy perdido, sabia que minha tranqüila tarde chegara a um fim.

Se eu tenho medo dela? Não preciso nem argumentar. A resposta é sim. E por um bom motivo. Não se deixem enganar pela aparência inocente dela. Ela tem a capacidade de te fazer se indagar “Por que eu?!” após pouquíssimo tempo de conversa. Não por ela ser tão terrível assim, mas suas perguntas possuem, sim, esse nível de destruição.

Uma criança de quatro anos faz, em média, 437 perguntas por dia. Então, minha irmãzinha estaria vivendo seu quarto ano pela sétima vez. Vocês podem achar que estou exagerando, mas não estou. Suas perguntas vão de um simples “O que é aquilo?” ao grandioso enigma da humanidade “Qual o sentido da vida?”. Muitas vezes, certas perguntinhas podem incomodar mais do que um Cãibra com cãibra. Se não respondesse direito, seu choro agudo criava zumbidos devastadores. Se respondesse algo errado e ela achar a resposta certa depois, o que normalmente faz, com ajuda de algumas das minhas enciclopédias, a conseqüência seria pior ainda. Afinal, não poderia, ela mesma, ir buscar o que quer nesses livros?!

Tudo começou com um inocente mas triste diálogo, tempos atrás.

- Você é um Sábio? - perguntou ingenuamente. Afirmei sem pensar muito. - Posso te fazer umas perguntinhas de vez em quando? - novamente, sem desconfiar, concordei.

Porém, agora nada adianta mergulhar nessas tragédias passadas. Precisava tomar alguma medida preventiva, e rápido. Antes que pudesse fazer algo, vi, desesperadamente, suas bocas abrirem em câmara lenta. Tarde demais.

- Pé-Grande come o quê? - questionou. Calma. Não se deixem levar pela pergunta simples.

- Mel. - respondi mecanicamente, sem deixar espaço para ela, como minha triste forma de resistência.

- E onde ele arranja tanto mel?

- Assalta. Pega de, por exemplo, colméia de um Zangão.

- É por isso que, às vezes, nós conseguimos Mel de um Pé-Grande?

- Sim.

- Mas de onde vem o pote que ele usa pra guardar Mel?

- Ou rouba dos homens ou ele mesmo faz.

- Ele lava o pote?

- O mel que encontramos é bem limpo. Creio que sim.

- Como se a gente lavasse nosso prato?

- É.

- Mas por que temos que lavar os pratos? - decidiu mudar o rumo dos ataques.

- Você quer comer algo sujo?

- Mas se eu estiver com fome e quiser pegar mais comida não preciso lavar.

- Claro que não.

- Então por que temos que lavar os pratos entre o almoço e o jantar? - ela não parecia querer parar ainda, e suas perguntas já estavam começando a ficar... chatas.

- Porque cria bac... quer dizer, coisas sujas com o tempo. Sua barriguinha vai doer se comer elas. - eu suava frio só de imaginar o que viria se eu dizer a palavra “bactéria”...

- Se eu quiser pegar mais no almoço não cria?

- Cria, mas muito pouco. Daí não tem problema.

- Mas por que cria mais coisa suja se tiver mais tempo?

- Porque elas conseguem se reproduzir muito rápido.

- … Reproduzir...?

Dava uma impressão de que seus olhos, por um momento, brilharam. Céus. Acabei de falar, sem querer, uma palavra difícil demais para ela. Inutilmente, rezava em nome dos deuses, mas ninguém veio me ajudar. Pelo jeito até esses todo-poderosos tem medo desta menina.

- O que é reproduzir?

- Reproduzir é multiplicar, criar bebê. Mamãe criou você.

- Eu consigo reproduzir também? - surpreso com a pergunta, parei um pouco. Preciso terminar esta conversa, rápido. Mas ela não parecia compreender minhas inconveniências. - Hein? Hein? Consigo? - continuou.

- … Consegue......

- E o que eu faço pra reproduzir? - perguntou entusiasmadamente. Sem saber o que fazer, duvidava-me se deveria responder com a velha história da cegonha, ou seria PecoPeco? Grand Peco? Pensando bem, melhor não.

- Só quando você estiver mais crescida.

- Mas eu quero um bebê agora!

- Aff!

- Hein? O que eu faço? Me ajuda? O que eu faço pra reproduzir?

- Não sei!! Não ajudo!! E pergunte ao doutor se tem outro jeito!! Aliás, nem pergunte!! - minha calma já estava se esgotando. Mal sabia o que estava respondendo. Sentia uma imensa vontade de chorar. Obviamente, mesmo que chorasse, ela não iria parar.

- Sabe sim! Hein? O que eu faço? Me ensina vai!

Quando uma palavrão estava prestes a sair da minha boca, de repente tive uma idéia e me joguei no chão. Coloquei a mão direita no peito, com todas as extremidades tremendo, como se tivesse um infarto.

- Maninho? O que foi?

- Não me perturbe! Estou morrendo...

- Maninho! Antes de você morrer, me fala o que eu faço pra reproduzir!

- Morri. Tchau. - fechei os olhos, mostrei a língua, e meu corpo parou de tremer.

Eu sei que fingir de morto é uma solução um tanto estúpido, mas quem sabe funcione. Ela me balançou algumas vezes, chamando meu nome, mas simplesmente a ignorei. Ficou calada. Sem gritos, sem ruídos, sem criar confusão. E o mais importante, sem perguntas. Apenas voltou ao seu quarto silenciosamente. Pela primeira vez na vida, percebia que a morte poderia ser algo tão maravilhoso. Quando já queria até celebrar, a odalisca voltou.

- Maninho, você vai morrer por quanto tempo?

- Meia, não, uma hora. - abri um dos olhos, mas mantendo a posição do corpo.

- Mas eu não sei olhar no relógio.

- Eu te aviso.

- Preciso chorar?

- Não. Por favor não. Simplesmente fique caladinha. - após isso voltei a fingir de morto.

Creio que ela respeitava mesmo minha morte. Saiu da sala. Ouvia um Não Me Abandones, de longe.

- Maninho, vai morrer por quanto tempo ainda?

- 50 minutos.

Saiu. Tocou um Beijo da Sorte e um Sibilo, e voltou.

- Falta quanto?

- 40 minutos.

De novo, saiu, e ouvi um Lamento de Loki e um Ritmo Caótico. Sentia pena do bardo que arranjou para isso, mas permaneci calado. Voltou.

- E agora?

- Meia hora.

Desta vez, mal fechou a porta e entrou de novo.

- E ago...

- Aff! Por favor! Você ganhou! Faço de tudo, mas pare de dar perguntas, sim?

- Quero um sorvete! - sorriu e fez um gesto de vitória.

- Tá bom. Agora, sem perguntas.

Após isso, saímos de casa, e comprei dois sorvetes de um mercador qualquer. Sentia-me derrotado pela n-ésima vez, mas não disse nada. Minha irmãzinha, por sua vez, lambia inocentemente seu sorvete, como se nada tivesse acontecido.

- Maninho? - Ouvi ela me chamar, no caminho a casa.

- Por favor. Eu disse sem perguntas.

- Não é isso. Vamos pra Prontera outro dia?

- Hã? Por que?

- Precisamos acordar a vó. Ela morreu faz tanto tempo...


* * * * * * * * * * * * * * * * * * * *


Aproveitando que isto é um miniconto de comédia ( espero ), segue abaixo os comentários em forma de entrevista:

Zé Repórter: O que deu em você para fazer um miniconto desses?
Raquete: Não sei. Sinceramente não sei. xD
Zé Repórter: D'aonde tirou esse negócio de que uma criança de 4 anos faz 437 perguntas por dia?
Raquete: Procure na Internet. Essa afirmativa existe e é verdadeira. xD
Zé Repórter: Ou quéi. Você desapareceu por um tempo. Existem até boatos de que você foi abduzido. O que aconteceu?
Raquete: Er... digamos que a Terra realmente é redonda... *_*
( Raquete recebe um soco da Phoebe... )
Raquete: Q-quer dizer... Estive ocupado, e não tinha tempo pra escrever. Além disso, desde que formatei o PC, perdi praticamente 90% do que eu tinha...
Zé Repórter: Mas tem tempo pra escrever um miniconto e agora participar da entrevista?
Raquete: Miniconto é diferente! xD
Zé Repórter: Pra mim isso é desculpa...
Raquete: Bem... metade-metade. xD. Fanfics mais longos são bem mais difíceis pra mim. É que eu escrevo de um jeito meio estranho... Eu não escrevo na ordem certa, seja ordem da fic ou ordem de capítulo. Escrevo o que vier na mente e que eu possa usar, coloco em forma de partes “sozinhas”, a ser organizadas depois. É por isso que eu ando com um bloquinho de notas por aí. Quando tô na rua ou em sala de aula, de repente vem inspiração e eu anoto. A Forlog, por exemplo, tenho partes que usarei no 3o capítulo, de capítulos mais avançados, e até um final mais-ou-menos pronto.
Zé Repórter: Se já tem tanta coisa pronta, posta!
Raquete: Mas não estão prontos. O problema é que eu vou escrevendo e vou mudando conforme o que necessito por causa dessas partes “a mais”. O 2o capítulo, reescrevi algumas vezes, e ainda estou corrigindo. Sabe a sensação de que não está pronto ainda? Acho que ainda falta algo... O 1o capítulo não saiu como eu esperava, e queria deixar o 2o o melhor possível... x_X
Zé Repórter: Ou quéi. Ou quéi. Vou deixar as ameaças para o pessoal da G.I.E.F.
Raquete: Eu fiz até propaganda para eles! Não ganho nada com isso? Preciso postar esse pôster de recrutamento de novo? T_T
Zé Repórter: Caham! Enfim, do que se trata a Forlog mesmo? Parece estar fugindo de tema já no primeiro capítulo...
Raquete: Eu disse. Guerra de Geffenia. Não se preocupe. O tema está certo.
Zé Repórter: Pra que você usa essas palavras estranhas no lugar onde deveria estar a data? Isso só complica a vida da gente...
Raquete: Mas a idéia é complicar...
( Raquete recebe outro tabefe da Phoebe... )
Raquete: Q-quer dizer... Quis usar termos nórdicos porque achei interessante. Se quiser, olhe direito nesse calendário e faça uma pesquisa. Até os dias de semana estão certos. Até tive que usar um calendário histórico e um calendário da NASA para algumas coisas que ocorrerão depois. Também tentei encontrar um calendário meteorológico, mas não encontrei ninguém que saiba se nesses dias estavam fazendo sol, chovendo ou nevando na Escandinávia...
Zé Repórter: Aff. Insano... E o que é esse tal Ordem de Völuspá?
Raquete: Bem.. Eu não sei se deveria se chamar esse nome, até porque a ordem não tem mesmo um nome. Essas pessoas “consertam” o rumo da história, para como ela deveria ser.
Zé Repórter: Peraí. Você está misturando ficção científica nisso?! Parece coisa do De Volta Ao Futuro...
Raquete: Er... haha... hahaha... Não é ficção científica. Tudo será explicado depois. Permita-me ficar calado por enquanto. ^_^
Zé Repórter: Hum... Tá... Passando a mão nos cabelos, pisotear o chão, falar sozinha e ficar queixando, tacadas e cajadadas... Essa Phoebe parece meio...
Raquete: Cabeça-quente? Agressiva? xD
( Raquete ouve um som murmurando no fundo... )
Raquete: N-não!! E-eu quis dizer que ela é uma mulher... doce!! Isso!! Doce, bela, gentil!! Sinto até pena do...
( Raquete recebe incontáveis Lanças de Fogo... )
Rakesh: Ahahaha. Tem um companheiro seu aqui, Edric. E aí, tá vivo, Raquete?
Raquete: … Companheiro?!
Rakesh: Hum... semelhante?
Raquete: Nããããããããoooo~!!
( Raquete tenta se jogar pela janela, mas recorda que está no andar térreo... )
Edric: Aff! O que você quis dizer com isso?!
Isamu: C-calma!! Raquete!! Calma!! Nada adianta se matar agora!! A vida é bela, colorida, quer dizer, uma ou outra coisa indesejável e tenebrosa de vez em quando, mas...
Edric: Aff! E você, Isamu! Pensei que ia me ajudar!
Isamu: Er... e-eu... eu......
( Edric encara Isamu, fazendo-o prestes a chorar... Logo em seguida Edric recebe uma cajadada de Phoebe... )
Zé Repórter: Bem... posso continuar...?
Phoebe: Pode.
Zé Repórter: Ouvi falar que a Forlog terá participação especial do...
( Zé recebe uma cajadada de Phoebe, fazendo-o atropelar o chão, literalmente... )
Zé Repórter: Peraí! Não falei nada ainda!
Phoebe:
Raquete: Er... Bem-vindo, Zé... Aiai...
Zé Repórter: Tá bom, tá bom. Chega de Forlog. Tenho a impressão de que vou morrer mais cedo se continuar.
Rakesh: Sábia escolha.
( Todas as pessoas presentes assentem abaixando a cabeça, mas ficam calados porque Phoebe olha feio a eles... )
Zé Repórter: Caham! Você disse antes que não fazia as fics na ordem certa, isso?
Raquete: S-sim...?
Zé Repórter: Então em quantos você tá trabalhando agora?
Raquete: Olha... Eu não posto todos que escrevo. Eu faço uma avaliação própria de 1 a 10, e aqueles que conseguir passar de 6 eu posto. Por exemplo, Canção de um Bongun tinha 9, e 1o capítulo de Lumi tinha 7.
Zé Repórter: Não era isso que eu perguntei. Aliás, vamos mudar a pergunta. Quais você está fazendo e acha que no futuro pode postar?
Raquete: Deixa eu ver... As de Ragnarök... Tem a Forlog que estou escrevendo... Tenho uma especial de Lumi... Tem a da canção que tinha mencionado... Tem um de terror-suspense... Um que ocorre num hospital de Lighthalzen... E miniconto estou trabalhando noutro de monstrinho...
Zé Repórter: Aff!! Você é louco?!
Phoebe: Sem dúvidas. É por isso que ele sempre demora pra postar. Esse burro não entende nem um mínimo do que é se organizar. E depois não sabe por que esqueceu de fazer backup quando formatou o PC, ou por que vai mal na facul... Ah sim, teve aquela vez em que...
Raquete: … Mas que vontade de se jogar no rio... Céus...
Phoebe: Se quiser, com todo prazer eu te mato e jogo o que sobrar no rio. Prefere qual? Serve o Tietê? O cheiro combina com você. Aliás, não seria mais fácil jogar você já nos esgotos de Prontera? Os Besouros-Ladrões agradecem.
Raquete: Aaaaaaaaahh~!
( Raquete tenta bater a cabeça na parede, enquanto Isamu tenta impedi-lo... )
Rakesh: Sinceramente, retiro o que disse. Edric pelo menos consegue suportar mais que você, Raquete...
Edric: Claro! Alguém ainda duvida do meu amor pela Phoebe?
Phoebe: E alguém ainda duvida do meu nojo pelo Edric?
Isamu: C-calma gente! Calminha aí todo m-mundo! O Zé vai começar a chorar...
Zé Repórter: Aaaaaaaaahh~!! Disseram que ia ser uma entrevista fácil~!!
( Zé pula da janela. Raquete cai no chão com a testa inchada e os óculos quebrados. Edric é incendiado vivo. Phoebe ainda não pára de preparar Bolas de Fogo e Lanças de Fogo, todos mirando Edric. Isamu tenta impedi-la, sem sucesso. Rakesh simplesmente tomava café, ignorando a situação...... )

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Um comentário:

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